Num momento em que um milhão de portugueses se encontram em lay off e outros tantos perderam os seus empregos, em que empresas veem os seus negócios parados, a questão que mais surge é: E agora?
E agora como vou cumprir com as minhas obrigações? E agora como vou regressar ao mercado de trabalho? E agora como vou tranquilizar a minha equipa de trabalho? E agora como vou potencializar a minha empresa face à nova normalidade? E agora… e agora… e agora? Uma coisa é certa, nunca nos imaginámos numa situação em que lutamos contra um inimigo invisível, que tanto abala o mundo empresarial e pessoal, como o conhecíamos.
A incerteza paira no ar, o medo, a crise que se abateu não só sobre portugueses, mas sobre o mundo, tudo abala os nossos alicerces. Uma série de temas são trazidos para cima da mesa, temas esses aos quais ainda não temos respostas e não sabemos quando as vamos ter. Os nossos dias são passados a responder ao que surge, mas sobre o futuro e a nova normalidade, num mundo pós COVID-19, nada sabemos… Então e agora? O que digo aos meus colaboradores? o que passo às minhas equipas e clientes? Como vou conseguir passar esta fase? Quanto tempo demorará, um ano, dois…?
Esta é, sem dúvida, a fase em que os líderes têm uma prova de fogo, que têm que a assumir com as incertezas do dia a dia e do futuro. Acredito que qualquer empresa deve ter dentro das suas preocupações duas que me parecem fundamentais, os seus recursos humanos e os seus clientes.
Enquanto líder, a transparência e a serenidade são os dois elementos comportamentais que tento passar no meu dia a dia. Não é fácil… mas faz parte do assumir da responsabilidade para com os nossos colaboradores, que obriga-nos a ter a serenidade e a capacidade para o fazer. Passar segurança às equipas dentro da insegurança do contexto atual, pode parecer utópico, mas se nos colocarmos nos seus sapatos e pensarmos que: se o nosso líder é transparente e diz o que dentro do possível pode transmitir; se é transparente sobre o posicionamento da empresa no mercado atual, do que é expectável, mesmo que alguma das mensagens possa refletir um decréscimo de faturação, de perda de clientes e de colaboradores, mas que tudo fará para que isso não aconteça, embora possa acontecer… confere alguma serenidade. O trabalho em equipa, a proximidade mesmo à distância, é fundamental para ultrapassarmos esta fase, estarmos juntos e nos reinventarmos.
Claro que nada disto fará sentido sem aqueles que conferem sentido ao nosso dia a dia, os clientes. O que posso eu fazer por eles nesta altura? O que posso fazer para garantir a sua sobrevivência? Perceber como estão, (além da saúde)? Em que posso ajudá-los (afinal somos parceiros)? Em que posso ajudar para ultrapassarmos o momento juntos? Estamos aqui para que continuem a poder desenvolver o vosso trabalho e nós o nosso, sempre em parceria, estamos juntos, estamos ON!
Por Rita Mourinha, responsável da Seresco em Portugal
Fonte: www.lidermagazine.sapo.pt
O novo normal dos negócios: a prova de fogo dos líderes