Reconhecer que estamos a entrar em depressão é desafiador, já que muitos sintomas da doença, tida como uma das mais incapacitantes do mundo pela OMS (Organização Mundial de Saúde) são confundidos com uma persistente tristeza.
O autodiagnóstico é um primeiro passo fundamental, já que é a partir dele que compreendemos o quanto necessitamos de apoio.
1. Cansaço constante e indisposição frequente
É difícil lidar com a própria motivação se a rotina em si é baseada em eventos stressantes, mas a depressão torna mesmo actividades prazerosas em algo banal.
Com isso, as actividades são substituídas por períodos de inatividade e o isolamento torna-se a melhor companhia. Caso não haja uma explicação para essa transformação no comportamento, convém procurar orientação psicológica para compreender a mudança.
2. Sensação contínua de tristeza
O que distingue a tristeza habitual da depressão, de acordo com os especialistas, são a frequência e a intensidade do sentimento: caso ela persista por mais de 15 dias, sem intervalos, é possível que a melancolia tenha um diagnóstico.
É preciso investigar a origem desse desamparo, primeiro através de um diálogo aberto com pessoas de confiança e depois com o diagnóstico e a ajuda psicológica. A mudança de humor, não só a tristeza, mas também aquela irritabilidade constante, onde tudo se torna motivo de aborrecimento e de reações às vezes agressivas, pode ser um sinal que merece atenção.
3. Alterações no apetite e no sono
Dormir demais (ou muito pouco) e sentir nenhuma (ou muita fome) são quadros sintomáticos comuns na pessoa deprimida.
É importante estar atento e verificar se existe algum motivo revelador por trás disso — transtornos como a ansiedade, por exemplo, podem alterar a qualidade do apetite e do sono — ou se essas dificuldades surgiram juntamente com outros sinais.
4. Dores no corpo
Além dos sinais psicológicos, a depressão ataca, indiretamente, o corpo, que reflete a angústia generalizada em dores ou disfunções, como:
– Tensão acumulada nos músculos, ombros e pescoço;
– Cólica, diarreia ou azia;
– Pressão no peito;
– Dores de cabeça.
5. Diminuição da capacidade de sentir prazer
Aos poucos vai desaparecendo o interesse pelas actividades, inclusive por aquela que se gostava antes.
6. Isolamento social
Fique atento quando aos poucos percebe que não tem vontade de participar nas reuniões de família, nas actividades sociais ou de convívio. A solidão vai se instalando até a pessoa não ter vontade de sair de casa.
7. Falta de concentração e dificuldade em tomar decisões
A sensação de cabeça vazia, com dificuldade em concentrar-se, em prestar atenção. Às vezes, os próprios pensamentos tornam-se confusos dificultando a tomada de decisões perante as situações.
8. Sentimentos de culpa e perda da autoestima
Outro sinal de alerta da depressão é aquela voz negativa que a pessoa começa a ouvir sobre si própria. Começa a sentir-se menos importante, menos capaz e e inútil. Aquela sensação de que a “vida não tem sentido”, de que ninguém se importa ou de se sentir um “peso na vida dos outros”.
A depressão pode acontecer a qualquer pessoa
Embora existam factores de risco determinantes, a depressão pode atingir qualquer pessoa em qualquer idade. Por isso não deve existir nenhum receio de se sentir culpado e não procurar ajuda caso perceba esses sintomas. Importante saber que a depressão é uma doença que tem cura e que a prevenção é o melhor remédio.
Texto originalmente publicado em www.hrportugal.sapo.pt