Um dos principais erros da poupança é esperar pelo fim do mês para poupar “o que sobra”. Isto porque o mais provável é que em muitos meses esta poupança não aconteça. Conheça o que não deve fazer se quer mesmo poupar.
Poupar é essencial seja para acautelar imprevistos, realizar sonhos ou atingir determinados objetivos, especialmente, no contexto atual de aumento de preços e subida de juros. Existem várias formas e estratégias para gerar poupança e cada pessoa deve fazê-lo da forma que for mais ajustada a si e à sua família.
Porém, existem algumas estratégias podem estar a prejudicar a sua poupança.
1. Deixar a poupança para o final do mês
Um dos principais erros da poupança é esperar pelo fim do mês para poupar “o que sobra”. Isto porque o mais provável é que em muitos meses esta poupança não aconteça.
Assim, em vez de colocar as suas necessidades e desejos antes dos objetivos de poupança, faço o inverso: dê prioridade à poupança. Depois, automatize o processo, transferindo de forma automática um determinado montante para as suas poupanças logo assim que recebe o seu salário.
2. Não rever todos os seus encargos
Outro erro cometido com facilidade é não rever os seus encargos com regularidade. Por exemplo, se tem um crédito à habitação, deve reavaliar este contrato anualmente junto do seu banco, uma vez que os spreads variam com regularidade e pode conseguir diminuí-lo para um valor mais confortável para a sua carteira.
A mesma estratégia deve ser posta em prática para outros contratos e serviços, como seguros, subscrições, pacotes de telecomunicações. Pesquisar, comparar e reavaliar os seus serviços, uma a duas vezes por ano, pode fazer toda a diferença nas suas poupanças. Veja este site para cancelar contratos de telecomunicações já está online
3. Cortar no seguro de saúde
Cortar em alguns gastos é uma forma de poupar dinheiro. Contudo, há determinados encargos de que não deve abdicar, para evitar surpresas desagradáveis. É o que acontece com os seguros de saúde.
Apesar de em Portugal podermos contar com um Serviço Nacional de Saúde (SNS), nem sempre este funciona da forma mais célere. No caso de uma emergência, se tiver de esperar por consultas, exames ou operações, pode estar a correr risco de vida. Um seguro de saúde dá-lhe acesso a uma rede serviços médicos, com maior rapidez no atendimento.
4. Manter o mesmo carro durante muito tempo
Comprar carro requer alguma preparação financeira. Por ser um gasto elevado, é natural que o queira manter durante muitos anos. No entanto, como qualquer outro bem material, os carros são perecíveis e – não podem ser considerados um investimento, já que começam a perder valor assim que são comprados -, ao fim de alguns anos, o mais provável é que lhe comecem a dar muitas despesas extra.
Adiar o inevitável só lhe trará despesas ainda maiores e acabará por ter que o substituir. Por isso, esteja atento aos primeiros sinais de desgaste e troque o seu automóvel.
5. Aderir aos cartões das lojas
Atualmente, praticamente todas as lojas disponibilizam cartões de crédito próprios para ajudar os clientes a fracionar o valor das suas compras em mensalidades. Por norma, com a possibilidade de não pagar juros durante determinado período.
Mas, apesar de parecer apelativo, porque o crédito é concedido de forma fácil e imediata, não se esqueça de fazer as contas às taxas de juro que, por norma, são bastante elevadas e podem prejudicar o equilíbrio das suas finanças pessoais.
6. Adiar reparações ou optar por fazê-las você mesmo
Quando o orçamento é apertado, é natural que vá adiando determinados gastos como reparações na sua casa ou optar por tentar resolver você mesmo.
Porém, evitar fazer obras pequenas que custam 250 euros ou 300 euros, por exemplo, poderá levá-lo a gastar o triplo ou mais, no futuro, especialmente em reparações que devam ser feitas por profissionais. Lembre-se do ditado: “o barato sai caro”.
7. Não ter um fundo de emergência
Um fundo de emergência é uma almofada financeira para fazer face a imprevistos. Por exemplo, uma doença repentina, um acidente, uma situação de desemprego ou simplesmente uma avaria no automóvel ou em sua casa. São situações que não estão programadas, que não tem como prever e, por isso, pode não ter a disponibilidade financeira para se proteger.
Não ter esta almofada financeira, vai fazer com que tenha de recorrer ao seu dinheiro disponível para pagar contas de que não estava à espera, o que pode desequilibrar o seu orçamento.
A importância de ter uma reserva de dinheiro para acautelar emergências não é novidade, mas muitos questionam-se por onde começar.
Para isso, só tem de fazer contas: se ficasse neste momento sem trabalho, durante quanto tempo conseguiria suportar as suas despesas mensais, mantendo o mesmo estilo de vida? A maioria dos especialistas em finanças pessoais definem a necessidade de criar um fundo de emergência com base no valor do salário ou das despesas mensais.
8. Comprar em saldos
A época de saldos pode ser o momento ideal para conseguir adquirir artigos de que precisa a um preço mais baixo. No entanto, este período também é marcado pelo consumismo impulsivo.
Comprar algo de que realmente não precisa só porque está com desconto significa que está a gastar dinheiro que não iria gastar e poderá precisar posteriormente. Por isso, antes de comprar algo, ainda que esteja em saldos, faça comparação de preços online e pense se realmente precisa do produto ou é apenas uma compra por impulso.
9. Criar novas dívidas quando está a tentar poupar
Aumentar as suas despesas vai impedi-lo de poupar tanto quanto gostaria. Por isso, ao aumentar o consumo, por exemplo, recorrendo a cartões de crédito, e de forma excessiva, vai criar novas dívidas. E quanto mais dívidas tiver de pagar mensalmente, menos dinheiro lhe vai ter para pôr de parte para as suas poupanças.
Ao invés disso, se tem créditos em mãos, faça por liquidá-los antes de começar a poupar.
10. Não investir na literacia financeira
A literacia financeira é essencial para uma boa gestão das suas finanças pessoais. Estar bem informado é fundamental para tomar melhores decisões e é através do conhecimento que se compreende a importância da poupança e do investimento e assim se melhor consegue delinear estratégias e planos de ação.
Além disso, a educação financeira também nos permite reconhecer e evitar armadilhas para as poupanças.
Texto originalmente publicado em www.dinheirovivo.pt